Toque mágico de Joel Santana

O início da partida foi marcado pelo excesso de faltas de ambos os times, além de um festival de cartões amarelos distribuídos pelo juiz, que teve trabalho para controlar os ânimos dos jogadores em campo. Apesar do Botafogo pressionar mais, a primeira chance de abrir o placar foi do Flamengo. Aos 14 minutos, Marcinho escapou pela direita da marcação de Leandro Guerreiro e cruzou. Ibson, livre e de frente para o gol, recebeu o cruzamento e furou bisonhamente. Aos poucos o Alvinegro foi aumentado o seu domínio. Tendo muitas faltas próximas a área marcadas em seu favor, o Glorioso tinha nos pés de Lúcio Flávio, a principal arma nas bolas paradas. Sofrendo uma marcação implacável do setor defensivo rubro-negro, esta parecia ser a única forma do Botafogo chegar ao seu gol. Aos 23 minutos, de tanto tentar, Lúcio Flávio botou a bola para dentro. Em cobrança de falta à meia distância, o apoiador bateu sem muita força, mas na direção do gol. A bola fez seu percurso até a meta de Bruno sem nenhum toque e o camisa 1 do Fla falhou grosseiramente e facilitou a vida do Fogão: 1 a 0. Para o segundo tempo, o técnico Joel Santana resolveu fazer duas alterações bastante ousadas no Rubro-Negro. Ele tirou dois homens do meio-campo, Ibson e Cristian e colocou dois atacantes, Obina e Diego Tardelli. Logo aos quatro minutos, falta para Juan cobrar. O lateral põe no meio da área e Obina, o “Iluminado de Deus”, escorou de cabeça, para delírio da massa rubro-negra. Como o empate só interessava ao Fla, o Bota partiu pra cima em busca do gol que levaria a decisão para os pênaltis.Deixando sempre no mano a mano na defesa, o Glorioso acabou pagando pelo alto número de faltas e teve Renato Silva expulso. A partir deste momento, o Flamengo passou a explorar melhor os contra-ataques e aos 37 conseguiu o que queria. Juan avançou pela esquerda deu um drible desconcertante em Leandro Guerreiro e cruzou rasteiro. Com a calma de sempre, Tardelli emenda de primeira e praticamente aniquilou o Alvinegro. Nos acréscimos, foi a vez de Tardelli ser o garçom e servir Obina no último ataque, e dar números finais a final: 3 a 1 Flamengo, Bicampeão Carioca.